Nenhum partido governa nesse presidencialismo de coalisão sem tolerar ou fomentar (por omissão) a corrupção de seus partidos aliados. É um paradoxo que os últimos governos tiveram de enfrentar e que permanecerá enquanto existir um Estado inchado e diversos outros fatores estruturais (como um sistema político disfuncional).
Enquanto existe uma gestão adequada da economia, cria-se uma espécie de “buffer” (almofada) para absorver os inevitáveis escândalos que surgem nesse sistema. O problema de Dilma foi uma combinação de uma escandalosa incompetência gerencial, uma visão econômica ultrapassada e a ideologia divisionista/bolivariana de seu partido. Os dois primeiros fatores aniquilaram qualquer “buffer” que ela poderia ter.