O Senado aprovou um projeto limitando o peso das mochilas a 15% do peso das crianças que as carreguem, estabelecendo uma série de medidas adicionais, como a obrigação de que as escolas tenham armários para guardar o material escolar. Esse é mais um exemplo da produção de normas ridículas, que não apenas não serão cumpridas, mas que representam bem o traço cultural que Geert Hofstede (conhecido antropólogo holandês) chamou de intolerância à ambiguidade: em países como o Brasil, tudo -absolutamente tudo – precisa ser regulado, normatizado ou controlado por lei. Chegamos, assim, a exemplos bizarros como esse da mochila e tantos outros (alguém sinceramente acha que obrigar comerciantes a exibir o Código de Defesa do Consumidor tem algum resultado prático?). Esse assunto é um daqueles em que o Estado claramente não deveria se meter, tanto por critérios filosóficos quanto por um critério prático (a medida é impossível de ser fiscalizada). Não adianta, nosso terceiro-mundismo está no DNA cultural.