Crime e cultura do coitadismo

Vejam os efeitos da cultura do “coitadismo” no Brasil. A reportagem do Estadão (aqui) em nenhum momento menciona que um dos efeitos da pena é o de justamente tirar de circulação sujeitos como os “anjos” ali descritos. Por conta de vieses como o de otimismo e o “above average effect”, seria natural que a perspectiva de prisão não assustasse potenciais latrocidas, em especial aqui, em que o risco de ser pego e condenado é pequeno. Mas a pena não tem apenas essa função. Só para refutar de antemão objeções óbvias, o meu argumento não nega que as condições do sistema prisional sejam ruins e nem absolve o Estado do holocausto social que ele promove (o que não implica, por outro lado, a negação do livre arbítrio desses homicidas que, por mim, mofariam em prisão perpétua). Por si só, penas mais duras provavelmente não vão intimidar potenciais latrocidas, mas vão tirá-los de circulação por mais tempo. Alguém se sente seguro sabendo que latrocidas estão livres em poucos anos?