Awareness fever

Setembro foi setembro vermelho — campanha de saúde do coração. Outubro é outubro verde (campanha contra a sífilis congênita) e rosa (saúde da mulher). Abril foi amarelo pela segurança no trânsito. E isso é só uma amostra bem pequena. Todo dia e todos os meses tem uma causa querendo a atenção do público. Ou, como eu sempre digo, todos os dias milhares de causas acordam com a falsa esperança de ganhar o recurso mais escasso do mundo moderno — a atenção humana. Só que não há evidencia de que essas campanhas de “conscientização” funcionem para mudar comportamentos. Essa “awareness fever” é um dos maiores autoenganos do marketing de causas sociais. A febre de conscientização sobrevive porque produz utilidade simbólica — a confortável sensação de que algo está sendo feito — e porque é o que todos os outros fazem.