Deparando-se com a escolha entre mudar a própria visão de mundo e provar de que não há nenhuma necessidade disso, quase todo o mundo vai se ocupar de achar a prova. (John K. Galbraith, economista)
Mudar nossos modelos mentais é mais desconfortável do que perder um olho ou um membro, disse o fundador da Visa, Dee Hock, em seu livro autobiográfico.
Frequentemente, em reuniões e encontros informais, nos deparamos com a seguinte situação: alguém apresenta uma opinião, às vezes construída na hora, sobre o assunto em discussão e se aferra àquela opinião como se fosse uma parte de seu corpo da qual não pode abrir mão ou como se fosse um filho. É um fenômeno que o economista comportamental Dan Ariely batizou com muita propriedade de Efeito Ikea. A conversa então se torna uma conversa de surdos e, se for uma reunião organizacional, prevalece quem tem mais poder.
Essa é uma característica humana, mas que pode ser superada por esforço individual (raro), mas principalmente por meio de processos de decisão bem estruturados (em se tratando de discussões que visam à solução de problemas pessoais ou organizacionais). Essa característica, todavia, nos divide em atividades como grupos de discussão pela Internet, em que a falta de contato pessoal ainda favorece a animosidade. Reconheço que a tentação de opinar sobre os diversos temas é por vezes muito forte ou irresistível.